Ga…gag…ga…go!!

Eu comprendo…
Gostavas de ser com’eu!!
Nasceste gago e “plebeu”
E sabes que nunca me vendo!!

Mandas-me recados
Porque não podes viver sem mim,
E eu que só sei viver assim –
Pois que m’importam os gagos?!

Nasceste a gaguejar,
Titubeante na vida,
Gaguejaste na subida
Com tanta cunh’a apoiar,

Que julgavas que no jogo
Todos t’eram semelhantes,
Gagos e gaguejantes
A enganarem o povo…

Quem s’acredita
Num vendido ao critério,
De quem cujo “mistério”
Nunca s’o explica?!

Quem acredita num gago
Qu’os tinha tod’os meses,
Porque lá tinh’os fregueses
Desse resultado?

Era tud’a mão,
E os seus amigos
Tinham nos seus crivos
A adulteração!!

E ele só fazia
O que tinh’a gosto,
Porque era “bem disposto”
E tinha muita “alegria”!!

E ainda escolhia
A composição,
E a tripulação
Já s’a sabia!!!

O gago
É tão inteligente,
Que pensa que está ausente
E ao largo…

Pensa qu’a prova
Niss’o inocenta,
E que nunca s’o aventa
Nesta “boa-nova”!!

Por isso fala d’alto
Pr’a se fazer ouvir,
Porque não se quer ‘arguir
Neste assalto!!

E nisso se me dirige
Sem me mencionar,
Qu’um gago só sabe (não) falar
Do qu’o aflige!!

E sabe qu’eu
Nunca serei com’o gago,
Porque nunca serei pago
No qu’ele aquiesceu!

E, só por isso gagueja
As suas indirectas,
Porque elas estão cobertas
Na sua crença d’igreja!!

Ele que, sacristão,
Sempre foi devoto,
Mas é por padre do voto
Que se se lhe conhece a vocação…

Gago,
Não te apoquentes…
As tuas vozes são m’indiferentes
No resultado…

Só sobre ti escrevinho
Porque t’acho graça,
Imagino-te na desgraça
Do desalinho…

A ler esta peça dedicada
Ao teu travo mais feroz –
O gaguejar da tua voz
Nessa ira incontrolada!!!

E eu sorrio,
Por te saber agarrado!!
Ter de ti o “realizado”
No teu gago brio!!

E nisso, só ludibrias
Os tolos, os incautos,
Aqueles que não te conhecem os autos
Das tuas tropelias…

Ou daquelas “compensações”
Pagas no fim do mandato,
Pr’a encheres o prato
Cheio de cifrões…

Tem vergonha na cara, ó ga…ga..ga…go!!

Joker