Roteiro Moscovita

Se se quiser ir a Moscovo
Passear como turista,
Deve seguir-se tal pista
Qu’o expert dá ao povo!

Pois indica tod’o trajecto
De quem o conhece de ginjeira,
De tanta estadia matreira
Entre o museu e o metro!

A que não falt’o teatro,
Qu’o expert referencia,
Indicando-nos a via
Pr’a ver melhor o espectáculo!!…

A sede do KGB,
O museu dos cosmonautas!
As velhas praças
Ou o parque Gorky!!

Imperdíveis
São a praça vermelha,
A Arbat velha,
Ou as estações com desníveis!

As galerias d’arte,
A rua noctívaga,
Tod’a uma cidade amiga
Pr’a quem dela é parte!

O cemitério Novodevichy,
A casa-museu Bulgakov,
A que não falt’o Bolshoi
Na técnica do “bilhêti”!

E muito ficou por ver,
Pois não chegou a estadia,
E ele ainda mais queria
Por as merecer!!!

Que não sendo curtas
Em tal incidência,
Ainda ganhou proficiência
Numas a seguir às outras!

Ficou por ver a casa de chá
E a ilha do Pedro,
E há dois anos em “degredo”
Nunca mais se viu lá!?

Ora, que chatice!
Ficou-se o museu Tolstoi,
Pois que do Bolshoi
Viu quanto se visse!!

E ainda as igrejas
E outros mosteiros,
Que não foram os primeiros
Servidos nas bandejas!

E depois d’ausência
De tão belas dicas,
Eis qu’elas são frescas
Na voz da eminência!

Ele que d’estadias
Sabe o que mais ninguém sabe,
E São Petersburgo lhe cabe
Nas mesmas simetrias!

Conhecedor da Rússia
Como mais ninguém,
Fala mais além
Na própria pronúncia!

Ainda teve tempo
Pr’a aprender eslavo,
Porque no trabalho escravo
Se deu ao cumprimento!

E com dicas tão eloquentes
O povo s’enternece,
E o expert assim se tece
Por coincidentes!

Haja, pois, bom gosto,
E vontade de viajar,
Porque pr’a trabalhar
É do nascer ao sol posto!!?

E nesse entremeio
Basta-se na cultura,
E nisto o que s’atura
Em tão vasto paleio!

Fê-las a contado
P’la mão d’amiga,
Qu’a cultura é antiga
Mas o método rebuscado…

Joker