Ecce Homo
Já dizia Nietsche
Que Deus estava morto,
Porqu’o Ecce Homo
Não passava dum fetiche…
E o Homem era
Em si só puro instinto,
E vivia em sentido único
Não no Céu, na Terra!
A vida era um projecto
Do aqui e agora,
E er’o paraíso uma metáfora
Do Homem ressurrecto!
Na imensidão da vida
Gerava-s’o eterno retorno,
E tudo se jogava num abandono
Doutra hipótese renascida…
E isso significava
O absoluto improviso,
Qu’o mundo nunca foi preciso
Na sua pretensa coordenada…
A existência
Era um processo aleatório,
Sem significado necessário
À Consciência…
Deus
Não entrava na equação,
Send’o Homem a sua própria definição
De Prometheus!
Carregando a luz
Pr’a humanidade,
Fugindo da obscuridade
Do homem na cruz…
Visand’o cristianismo
Com’a religião dos fracos,
Ond’os homens são macacos
Por simples mimetismo…
Todo um rebanho
De crentes em nada,
E uma obra manipulada
De pretenso ganho…
Sonegando-se a força,
O combate, a nobreza,
Nem se restanda na pureza
Qu’assim ousa…!!
Desassombrado,
Nietsche “matou” a divindade,
Deificando a humanidade
No seu primado!
Será preciso um humano
À imagem de Deus,
Numa pretensa pequenez
Face a um outro plano?
Humano, demasiado humano,
O homem de livre espírito,
Na vanguarda dum só grito
Ao Deus tirano?!
Contr’a realidade eterna
E absoluta ousou o filósofo!
Foi a loucura dum mitómano
Ou a Alegoria da Caverna?
Quem criou o quê?
Deus o Homem ou o Homem o Deus?
Quantos actos serão os seus
Naquilo que não se crê?
A dúvida eterna
Sobr’a herança primordial:
Por simples primado filosofal
É Deus qu’em si governa?
…
Joker
Posted on 18 de Julho de 2019, in Palhaçadas. Bookmark the permalink. Deixe um comentário.
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