Usurpação?

Fala-se d’usurpação
Na política nacional,
Porque antes sempre igual…
Tem-se agora em formação
Uma aliança d’esquerda
Como algo inusitado!
E qu’o “partido” mais votado
Já se tenha pois em perda…

Mas amiúde s’esquece
Que não foi um só partido
A nisso ter concorrido
Na coligação que se merece!
E se se for ajuizar
O seu peso específico
Em cada espectro político
Pode isto de facto, mudar?

Bem sei que se votou
Em programas políticos
Por cujos votos atípicos
Tudo somado, mudou!!
Porque esse alguém “derrotado”
Decidiu não desistir
E no assomo, insistir
Que tod’o voto é sagrado!

E tomados em conjunção
Esses votos partidários
Têm-se por maioritários
Se bem contados à mão!
E as cores no parlamento
Ficam assim alinhadas,
C’as alianças trocadas
Para um novo casamento!

Sendo qu’a maioria
Se revela noutro espectro,
Indigita-se o “correcto”
Pr’a governar só um dia?
Ou valendo-se da premissa
Que ditou a “estabilidade”,
Nisto tem-se em validade
A indigitação feit’à pressa?

Ou só vale o silogismo
Pr’a maioria do poder,
Que só por isso, vencer,
É seguro autoritarismo!?
Pois se nisso promover
Este Passos, a primeiro,
Há Governo a tempo inteiro
Qu’o país possa ter?

E o que val’a Assembleia
Neste regime democrático
S’o Presidente é autocrático
Na pessoa que nomeia?
É pois mera formalidade
O assento nessa escolha,
E qu’o Parlamento s’encolha
Pr’a lhe dar a validade?

E nisto pôr-se a votar
O Orçamento deste Estado,
Na pessoa do indigitado
Qu’o Presidente quis dar?
E na plena liberdade
Desse processo d’escolha
O orçamento se tolha
Nessa clandestinidade?

E sem dinheiro ou política
Qu’o Parlamento autorize,
Se justifique tal crise
Pela razão de tal crítica?
E nisso se destitua
Já com esse fundamento,
Pr’a se tentar novo aumento
Na eleição já por boa?!

E assim se conseguir
Uma maioria absoluta!
Qu’a direita exulta
Como modo d’atingir!?
Pois que val’a tradição
Como meio constitucional!?
Se tão só em Portugal
Esta esquerda é o “papão”!

Eis que nisto há um fim
No processo dito histórico,
E o imperativo categórico
N’a aparência é um “nim”!
E nisto já vemos Lenine
C’o braço levantado
E o país a ser tomado
P’lo próprio Bakunine!?

E levados pela “revolução”
Nesta tomada de poder,
(Que da história há q’aprender
Como solene lição!?)
Pois quem olha pr’o passado
Tem vislumbre de futuro,
E neste século, o muro,
Ainda vai ser muralhado!

O revolucionário processo
Indigita o secretário,
C’o voto proletário
Afastando tud’o resto!
Acaba-se c’a burguesia,
C’as classes intermédias,
E só s’admitem comédias
Se nist’o Costa já se ria…

E lá vai o “pai dos povos”
Nesse misto de “chamuça”
Governar c’o essa escusa:
Qu’estes tempos não são novos!?
E por esse “materialismo”
A qu’a história nos ensina
Acabar com quem opina
Como sendo jornalismo!?

É pois grave, este tempo,
Dito de usurpação!
E não há encenação
Que não leve tudo, o vento!
Pois que id’o temporal
Vão-se as águas acalmar!
E tudo está no seu lugar…
Pois só mudou, Portugal!

Joker

Costa

Posted on 21 de Outubro de 2015, in Palhaçadas, Política and tagged , , , , , , , , , , , , , , , , , . Bookmark the permalink. Deixe um comentário.

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