This gallery contains 17 photos.
Nunca vi tal desprestigio
Nesse mundo do espectáculo
Que levasse a tal litígio
Num varão por sustentáculo
Pois s’a prática é construtiva
Tal com’o dizia a professora
Como matéria apelativa
Da intrusão sedutora
Não se percebe o celeuma
De tal prática, indeed
Se no varão nasce a cena
Do espectáculo de striptease!
É boa prática conjugal
Liberta-s’o sex appeal
Um tesão descomunal
Por esse palco, unreal!
E se até davas aulas
Dessa dança insinuante
Porque tanto te ralas?
Deixa-os gozar, por um instante…
Mostra a tua destreza
A técnica, nesse varapau
A dança é pura beleza…
E nesse corpo, tau-tau!
Que cambalhotas esbeltas
Nesse escorregar prensado
Umas piruetas incertas
Deixas o público, no estrado…
Uma diva dançante
Uma mulher dos diabos
Nessa balança periclitante
Deixas os homens extasiados!
E se se pensa no corpo
Sabe-se que é puro prazer
Por entrega à arte, ao escopo
Que no varão, tens saber!
Pois é pródiga a inteligência
Que sobressai nessa dança
Uma fusão, efervescência
Que só essa mente, alcança!
E ninguém suspeita, amiúde
Qu’ali está quase, Hipocrátes!
Trajado de renda, em altitude
Tem mais sabedoria que Sócrates!
Uma deusa de Esculápio
Na sua entrega à vida
De lycra ou estetoscópio
Uma inteligência, sabida!
Numa atitude despretenciosa
A deusa, ensina as mulheres
Como criar coxa grossa!
Mais útil que outros saberes!
E não se basta na dança
Tem predicados nas horas
Não quer por isso, abastança
E pra isso usa, as tesouras!
Cortando aqui e ali
Amontoando acolá
Deixa o cálculo, sem Pi
No défice pago, pra já!
Uma artista merece
Ser bem paga, no acto
Queriam qu’ela estivesse
Nos aviões, por recato?
Não, não é nada interesseira
Nem procura pouso suave
Só quer viver, hospedeira
Na devoção de quem sabe!